
História imaginária:
O voo sobrevoava o oceano com o piloto, sua esposa e outro casal e iam em direção a ilha privada para uma de semana de festas. Na carga, 4 garrafas de vodca, 1 de uísque, e 2 dúzias de longnecks.
Tudo ia bem até que a aeronave deu pane e eles pousaram em emergência numa ilha maravilhosa habitada por nativos que não tinham uma base monetária e trocavam mercadorias e serviços entre si, um cesto de vime valia o trabalho de fazer fogo, uma panela de barro podia ser trocada por 2 galinhas. Tudo em paz para esse povo!
Com a chegada dos visitantes, a amizade foi selada, e os 2 casais se adaptaram e gostaram do estilo de vida simples da comunidade. Resolveram interagir. Os nativos também simpatizaram com a ideia e interromperam o tédio para abraçar aqueles forasteiros e provaram bebidas alcoólicas pela primeira vez, mas o que amaram de verdade eram as tampas das garrafas que eram lindas, e as garrafas que serviam de decoração em suas choupanas.
Muitos habitantes conseguiram guardar as tampinhas e faziam inveja a quem não tinha, aqueles simples objetos começaram a servir para trocar por produtos e serviços. Uma galinha valia 1 tampa de longneck. A construção de uma casa valia uma tampa de vodca, um javali 5 tampinhas de long. A linda tampa da garrafa de uísque era a mais cobiçada e seu valor não parava de subir, todo mundo queria e tinha gente que trabalhava 2 semanas sem receber nada só em troca dela.
Uma das tampas da garrada de vodca, a primeira a ser apreciada foi lançada ao mar. Os casais ainda não tinham noção da obsessão. Quando a cultura monetária se consagrou, muitos moradores locais passavam o dia mergulhando procurando aquele ouro!
Alguns do povo começaram até a brigar e cometer furtos, fraudes pelas tampas.
O rádio do avião ainda funcionava, felizes os casais usavam apenas para dizer aos seus familiares que haviam mudado seu estilo de vida, e por ali ficariam para sempre. Mas percebendo o quanto aquele povo que os acolheu tão bem eram felizes com as tampas de bebidas, pediram aos seus amigos para que passasse um avião e lançasse milhares delas sob a ilha.
Após o derrame de tampas o povo se desinteressou por elas e imediatamente as garrafas que alguns ainda possuíam se tornaram interessantes para a base de troca. Uma das garrafas tinha impresso no seu rótulo um lobo guará.
Infelizmente a ideia do texto não é minha, li essa história contada, acredite, pelos personagens Tio Patinhas, Donald e os sobrinhos anos atrás, juro, pesquisei mas não encontrei mais a fabula. Nunca mais saiu da minha cabeça.
Também o megaempresário Henry Maksoud comprou um horário na TV para ficar repetindo semanalmente a relação da hiperinflação brasileira com a emissão de lobos guarás.
Para os raros que chegaram até aqui agradeço, vocês tem seu peso no valor de diamantes.