Para quem pensa que atear fogo em ônibus é novidade posso afirmar que não é! Na década de 50 a quase 70 anos atrás pelo menos um cidadão querendo mostrar sua revolta liderou um grupo para protestar contra o mal atendimento do serviço de transporte. O indivíduo: meu pai! Diversas vezes me contou essa história, ele alguns colegas cansado de esperar o coletivo, praticaram a revolta. Contava ele que esperavam muito tempo nos pontos e quando o ônibus vinha, estava sempre lotado deixando muitos para trás… Qualquer semelhança com os dias atuais não é mera coincidência. Só não sei precisar se isso ocorria em São Bernardo do Campo ou Bairro do Ipiranga em São Paulo onde ele também viveu.
Daí tiveram a brilhante ideia e colocaram em prática: liderado por ele, o grupo esperou a chegada do coletivo, anunciaram o plano, pediram para que todos passageiros saíssem para que pudessem queimar o carro.
Começa o trabalho dos amadores.
Tentaram atear fogo mas as chamas se negavam a propagar. Será que nem um do bando pensou em levar um galão de gasolina? Que revolucionários são esses? Desistiram de queimar e tiveram a ideia de destruir o ônibus e foi o que fizeram.
Com a chegada da policia ( pelo menos naquele tempo eles vinham até para pequenas colisões ), foram todos para delegacia para serem grampeados. Depois de algumas horas de muita conversa e enrolação, o delegado queria saber quem era o cabeça da rebelião, e como ninguém se apresentava, meu pai assumiu e disse que não eram um grupo organizado, apenas pessoas de bem cansados de serem mal tratados. O delegado já com a ocorrência transcrita para o papel disse:
– Já fui jovem também e vão todos para casa. Não repitam pois não haverá perdão numa próxima.
Pesquisei bastante e não encontrei fatos similares anteriores a esse. Talvez meu pai seja o primeiro líder queimador de ônibus do Brasil. Grande coisa.